Fabaceae

Pterocarpus villosus (Mart. ex Benth.) Benth.

LC

EOO:

835.920,954 Km2

AOO:

200,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência no estado: Bahia (Jardim 3381), Ceará (Araújo 877), Maranhão (Silva 120), Paraíba (Emperaire s.n.), Piauí (Miranda 5223).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Foi coletada em Caatinga (stricto sensu), Floresta Estacional Decidual e Floresta Estacional Semidecidual associadas a Caatinga nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba e Piauí. Apresenta distribuição ampla, EOO=684916 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente (2017), e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas naturais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias, de forma aparentemente rara na maior parte das localidades em que foi registrada, apesar da alta frequência de coletas realizadas desde sua descrição. Possui uso madeireiro local, entretanto, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros. Assim, P. villosus foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) e conservação (Plano de Manejo sustentável) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2017
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: J. Proc. Linn. Soc., Bot. 4(Suppl.): 79. 1860. De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Sim. Madeireira; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Não; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. Caatinga/Floresta Estacional; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Não; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Sim; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Não; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Rara; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: (Mario Gomes, com. pess. 06/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A espécie tem uso madeireiro (Mario Gomes, com. pess. 06/11/2018).

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Longevidade: perennial
Biomas: Caatinga
Vegetação: Caatinga (stricto sensu), Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 2.1 Dry Savanna
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvores com cerca de 15 m de altura (Silva 557), ocorrendo na Caatinga e florestas estacionais (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018).
Referências:
  1. Fabaceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <http://reflora.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB19003>. Acesso em: 17 Dez. 2018

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat,mature individuals past,present,future national very high
Tradicionalmente, a região Nordeste destacava-se pela produção de cana-de-açúcar cultivada sobre a Caatinga (Kohlhepp, 2010). Apesar disso, a região não apresentava bons níveis de produtividade devido as suas condições ambientais (Kohlhepp, 2010; Waldheim et al., 2006). A partir de diversos incentivos governamentais, do crescente interesse na produção de biocombustíveis (Gauder et al., 2011; Kohlhepp, 2010; Koizumi, 2014; Loarie et al., 2011) e da aplicação de novas técnicas de produção, dentre elas a irrigação e melhoramento de cultivares, o cultivo de cana-de açúcar passou a expandir sua área de cultivo (Costa et al., 2011; Ferreira-Junior et al., 2014; Loarie et al., 2011; Silva et al., 2012). Similarmente, a região destaca-se na produção de algodão (Borém et al., 2003; Vidal-Neto e Freire, 2013), frutas (Vidal e Ximenes, 2016) e, nas últimas décadas, o cultivo de soja tem expandido (Sanches et al., 2005).
Referências:
  1. Vidal, M. de F., Ximenes, L.J.F., 2016. Comportamento recente da fruticultura nordestina: área, valor da produção e comercialização. Cad. Setorial ETENE 1, 18–26.
  2. Koizumi, T., 2014. Biofuels and Food Security in Brazil, in: Koizumi, T. (Org.), Biofuels and Food Security. Springer, Heidelberg New York Dordrecht London, p.13-29.
  3. Ferreira-Junior, R.A., Souza, J.L. de, Escobedo, J.F., Teodoro, I., Lyra, G.B., Araújo-Neto, R.A. de, 2014. Cana-de-açúcar com irrigação por gotejamento em dois espaçamentos entrelinhas de plantio. Rev. Bras. Eng. Agrícola e Ambient. 18, 798–804.
  4. Vidal-Neto, F. das C., Freire, E.C., 2013. Melhoramento genético do algodoeiro, in: Vidal-Neto, F. das C., Cavalcanti, J.J.V. (Orgs.), Melhoramento genético de plantas no Nordeste. Embrapa, Brasília, p. 49–83.
  5. Silva, T.G.F., Moura, M.S.B., Zolnier, S., Carmo, J.F.A., Souza, L.S.B., 2012. Biometria da parte aérea da cana soca irrigada no Submédio do Vale do São Francisco. Rev. Ciência Agronômica 43, 500–509.
  6. Loarie, S.R., Lobell, D.B., Asner, G.P., Mu, Q., Field, C.B., 2011. Direct impacts on local climate of sugar-cane expansion in Brazil. Nat. Clim. Chang. 1, 105–109.
  7. Gauder, M., Graeff-Hönninger, S., Claupein, W., 2011. The impact of a growing bioethanol industry on food production in Brazil. Appl. Energy 88, 672–679.
  8. Costa, C.T.S., Ferreira, V.M., Endres, L., Ferreira, D.T. da R.G., Gonçalves, E.R., 2011. Crescimento e produtividade de quatro variedades de cana-de-açúcar no quarto ciclo de cultivo. Rev. Caatinga 24, 56–63.
  9. Kohlhepp, G., 2010. Análise da situação da produção de etanol e biodiesel no Brasil. Estud. Avançados 24, 223–253.
  10. Waldheim, P.V., Carvalho, V.S.B., Correa, E., França, J.R. de A., 2006. Zoneamento climático da cana-de-açúcar, da laranja e do algodão herbáceo para a região Nordeste do Brasil. Anuário do Inst. Geociências UFRJ 29, 30–43.
  11. Sanches, A.C., Michellon, E., Roessing, A.C., 2005. Os limites de expansão da soja. Inf. GEPEC 9, 1–21.
  12. Borém, A., Freire, E.C., Penna, J.C.V., Barroso, P.A.V., 2003. Considerations about cotton gene escape in Brazil: a review. Crop Breed. Appl. Biotechnol. 3, 315–332.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
A Caatinga ocupava originalmente 826.411 km² do território brasileiro, porém atualmente cerca de metade de sua cobertura vegetal foi perdida devido à ocupação humana (Antongiovanni et al., 2018; Marinho et al., 2016). Os ambientes remanescentes, encontram-se sob intensa pressão da extração de madeira, pecuária e caça (Marinho et al., 2016). Apenas 1,75% da área original da Caatinga é protegida por Unidades de Conservação de Proteção Integral e 7% por Unidades de Conservação de Uso Sustentável, o que a coloca como um dos biomas menos protegido dentre todos os biomas brasileiros (MMA 2011; Brasil 2018a,b).
Referências:
  1. Antongiovanni, M., Venticinque, E.M., Fonseca, C.R., 2018. Fragmentation patterns of the Caatinga drylands. Landsc. Ecol. 33, 1353–1367.
  2. Brasil, 2018a. Decreto 9336 de 5 April 2018. Cria o Parque Nacional do Boqueirão da Onça, localizado nos Municıpios de Sento Se, Juazeiro, Sobradinho e Campo Formoso, Estado da Bahia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/Decreto/D9336.html
  3. Brazil, 2018b. Decreto 9337 de 5 April 2018. Cria a Area de Protecao Ambiental do Boqueirao da Onca, localizada nos Municıpios de Sento Se, Juazeiro, Sobradinho, Campo Formoso, Umburanas e Morro do Chapeu, Estado da Bahia. http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2018/decreto-9337-5-abril-2018-786420-publicacaooriginal-155184-pe.html. (acesso em julho 2018).
  4. Marinho, F.P., Mazzochini, G.G., Manhães, A.P., Weisser, W.W., Ganade, G., 2016. Effects of past and present land use on vegetation cover and regeneration in a tropical dryland forest. J. Arid Environ. 132, 26–33.
  5. MMA, 2011. Monitoramento do Desmatamento nos Biomas Brasileiros por Satelite—Acordo de Cooperacao Tecnica MMA/ IBAMA. Monitoramento do bioma Caatinga 2008–2009. Brasılia, DF.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi registrada no Parque Estadual de Morro do Chapéu, Parque Nacional da Serra das Confusões, Parque Nacional de Sete Cidades.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
A espécie tem uso madeireiro (Mario Gomes, com. pess. 06/11/2018).